sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Papel dos hormônios na amamentação

Os hormônios agem para produzir o leite materno desde o início da gestação. O estrógeno e a progesterona, que estão elevadíssimos na gestação, estimulam a proliferação das glândulas mamárias e a produção de um colostro ralo, clarinho, desde o segundo mês. O colostro é produzido durante todo o tempo, mas a prolactina, que produz o verdadeiro leite, é inibida por outros hormônios, nessa fase.

Após o nascimento do bebê e a saída da placenta, os níveis de estrogênio e progesterona caem  abruptamente, e a prolactina pode agir na mama para estimular a produção de leite. Os hormônios da tireoide e da glândula supra-renal também têm um papel secundário nessa fase.

A produção de leite depende, principalmente, do estímulo do bebê. É um sistema chamado de feedback positivo: quanto mais o bebê suga, mais leite é produzido. A sucção estimula terminações nervosas na aréola, que aumentam a produção de prolactina e da ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite.

A ocitocina também é responsável pela contração do útero, acelerando sua involução e portanto diminuindo o sangramento pós-parto. Algumas mães queixam-se de cólicas durante as mamadas nos primeiros dias após o parto. Isto se deve à contração uterina que ocorre com o estímulo da sucção.


Agora, gostaria de contar um pouco da minha experiência pessoal com a amamentação.
Minha filha está com quase 5 meses e nossa relção com a amamentação foi bem conturbada, no início (na verdade, quase o tempo todo...). 
Eu sempre acreditei que não existiam mulheres com pouco leite, o que havia era falta de orientação por parte dos pediatras e ginecologistas, ou falta de vontade de amamentar. Acontece que eu, realmente, tive pouco leite. Além disso, minha filha era o chamado "bebê preguiçoso"... Ela não gostava de fazer força para mamar (até hoje não gosta) e se cansava rápido e dormia. Ou seja, meu sistema de feedback não estava funcionando!! Eu tinha pouco leite e ela não estimulava a produção...
O início foi terrível, com a bebê chorando de fome (sem eu saber), a pressão enorme dos familiares e eu me culpando por não conseguir fazer a única coisa que precisava no momento, que era alimentar minha filha.  Começamos a complementar com mamadeira já na 3a semana de vida... Eu sofria, pois a mamadeira era o atestado de que eu não estava apta a cuidar da minha filha... Como me disse uma grande amiga, sofremos com a "ditadura da amamentação". Pensei em desistir MUITAS vezes.
Não pense que sou contra amamentar! Sou super a favor!! Mas ninguém nos fala, antes de tanto sofrimento, que amamentar e complementar também é bom para o bebê. Você não precisa dar só o peito para ser uma boa mãe e cuidar da saúde do seu bebê. Um pouquinho de leite materno ao dia é suficiente para passar os anticorpos necessários. Se você é uma mãe cheia de leite, aproveite! Mas se não é, como eu, não sofra...

Atualmente, minha filha continua no esquema peito-mamadeira, está crescendo forte e feliz e nunca teve nenhum problema de saúde. Graças ao meu marido, que me apoiou o tempo todo e me estimulou a continuar, minha filha pode chegar aos 6 meses ainda com o leite materno!