segunda-feira, 27 de junho de 2011

População com diabetes mais que dobra em 30 anos

Estudo com dados de 199 países e territórios mostra que mundo tem hoje cerca de 350 milhões de diabéticos

Envelhecimento e crescimento da população e aumento das taxas de obesidade levam à epidemia
MARIANA VERSOLATO DE SÃO PAULO - Folha SP

O número de adultos com diabetes no mundo mais que dobrou nas últimas três décadas, chegando a quase 350 milhões de pessoas.
A conclusão é de um estudo global publicado na prestigiosa revista médica "Lancet". Foram levantados dados de 199 países e territórios, de 1980 a 2008.
O número é bem maior do que o que constava em uma previsão publicada em 2009 no periódico "Diabetes Research and Clinical Practice", que estimava o número de diabéticos em 285 milhões.
As diferenças podem ser explicadas pelo maior número de estudos usados pela pesquisa do "Lancet" e pela diferença de metodologias.
O estudo foi conduzido por pesquisadores do Imperial College London e de Harvard, e teve apoio da Organização Mundial da Saúde.
Dos 347 milhões de pessoas no mundo que têm diabetes, 40% estão na China e na Índia, e outros 10%, nos Estados Unidos e na Rússia.

OBESIDADE
Grande parte desse aumento (70%), segundo a pesquisa, se deve ao crescimento e ao envelhecimento da população (o que aumenta o risco de diabetes).
Há também uma parcela de "culpa" no aumento mundial do IMC (Índice de Massa Corpórea), principalmente entre as mulheres, de acordo com a pesquisa.
Mas, segundo Marcos Tambascia, professor de endocrinologia da Unicamp, devem haver outros aspectos que levam a essa epidemia, já que em outras doenças metabólicas, como hipertensão, não tem ocorrido esse aumento.
Ele diz que, no caso de pré-hipertensão, é indicado tratamento medicamentoso e, para o aumento de glicemia, mas ainda sem diagnóstico de diabetes, é proposto apenas mudança do estilo de vida, com pouco efeito clínico.
"Talvez seja necessário rever a conduta para o tratamento do aumento global da glicemia, já que esse fato aumenta consideravelmente o risco cardiovascular."

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