O câncer de tireoide é o câncer endócrino mais comum, mas é raro quando comparado a outros tumores malignos. Acomete 1,5 a 15/ 100.000 indivíduos ao ano e é mais comum em mulheres (aproximadamente 3 mulheres para cada homem).
Existem 4 tipos diferentes de câncer de tireoide: papilífero (55-70%), folicular (15-30%), medular (3-10%) e anaplásico (1-3%).
Quando um paciente é submetido a uma punção diagnóstica de um nódulo de tireoide (PAAF - punção aspirativa por agulha fina), vários resultados podem surgir, determinando a conduta a seguir:
1) nódulo maligno: o resultado do exame descreve carcinoma papilífero, carcinoma medular ou carcinoma anaplásico e a conduta é sempre a cirurgia
2) nódulo benigno: pode ser um bócio colóide, um adenoma, um cisto colóide, condições benignas que, geralmente, não exigem cirurgia, apenas acompanhamento com ultrassonografias periódicas
3) punção não diagnóstica: nesse caso, a punção não conseguiu coletar material suficiente para análise das células; pode ocorrer em casos de nódulos com muito líquido e poucas células (cisto) ou por erro do examinador. É necessário repetir o exame
4) diagnóstico indeterminado: algumas vezes, a análise de células não permite definir, exatamente, se as células são de um nódulo benigno ou maligno. Isso pode ocorrer, por exemplo, no caso do carcinoma folicular. A lesão folicular maligna tem o mesmo aspecto microscópico da lesão benigna, apenas a análise macroscópica, ou seja, vendo o nódulo por inteiro, pode dar o diagnóstico definitivo. Nesse caso, a conduta é a cirurgia. Durante a cirurgia, é avaliado o nódulo e definido se é ou não um câncer; o cirurgião decide se vai retirar toda a tireoide do paciente na hora.
Portanto, no caso da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, é possível que ela tenha ido para a cirurgia com suspeita de câncer de tireoide e descoberto, no intra-operatório, que o nódulo era benigno.
Para evitar as dificuldades no diagnóstico do nódulo de tireoide, a PAAF deve ser solicitada nos casos bem indicados, e não para qualquer nódulo. E o médico deve estar sempre atento ao laudo da PAAF para tomar a conduta correta.
Para saber mais sobre o câncer de tireoide, leia aqui e aqui
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