quinta-feira, 24 de junho de 2010

Transtornos alimentares, tão comuns atualmentes

O mundo vive hoje uma busca incessante pelo "corpo perfeito", o que gera angústia e frustação para quem acha que não se enquadra nesse perfil. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 53% das mulheres (~45 milhões de mulheres) faz algum tipo de regime. Isso interfere diretamente no estilo de vida e comportamento da pessoa, podendo provocar os transtornos alimentares.

Transtornos alimentares não são doenças endocrinológicas, mas geram conseqüências, como diversos distúrbios hormonais que, aí sim, envolvem os endocrinologistas. Por isso, a presença de um endocrinologista é útil e necessária, junto à equipe multiprofissional, no diagnóstico e no tratamento destes transtornos.

Os principais transtornos alimentares são bulimia, anorexia e compulsão alimentar. Todos acomentem muito mais mulheres jovens, mas também ocorrem em mulheres mais velhas e homens.

Anorexia
É o mais grave dos transtornos e o mais difícil de ser tratado. A anorexia apresenta a maior taxa de mortalidade ao ano entre todos os transtornos psiquiátricos (5-15% dos casos de anorexia). As causas de morte vão desde inanição até suicídio.
Pacientes anoréxicos têm uma grave distorção da autoimagem, enxergam-se gordos mesmo estando magros. Isso causa depressão e os leva a restringir cada vez mais a alimentação, de forma exagerada e  perigosa.
No início, os sintomas são pouco perceptíveis, pois o anoréxico finge estar se alimentando e chega a usar roupas largas, mas alguns casos são extremamente graves, provocando desnutrição profunda, com necessidade de internação em UTI antes do tratamento psiquiátrico. Alguns sinais indicativos são a magreza extrema, parada da menstruação, queda de cabelos, pele ressecada, desânimo, irritabilidade, preocupação exagerada com o corpo.
Geralmente, o paciente com anorexia não percebe o problema, acha normal querer controlar a alimentação. As pessoas em volta também demoram a perceber o problema, apesar de insistirem em dizer que está magro demais e que deve se alimentar melhor.
O tratamento depende muito do paciente, é importante que a pessoa queira se tratar e que entenda que o sucesso do tratamento depende de sua força de vontade e colaboração com os profissionais. É importante, também, que os parentes e amigos aprendam a lidar com a situação e mantenham-se interessados no tratamento. Apenas 40% dos pacientes conseguem se curar.

Bulimia
A bulimia é mais difícil de ser diagnosticada, porque os pacientes, em geral, são magros ou com leve sobrepeso, comem normalmente, inclusive alimentos calóricos. O problema da bulimia são os episódios de compulsão alimentar, com ingestão de enorme quantidade de alimentos calóricos em pouco tempo, e o arrependimento logo em  seguida. Para não engordar, a pessoa usa métodos compensatórios, como provocar vômitos, abusar de laxantes e diuréticos, ou fazer exercícios extenuantes.
Alguns sinais podem indicar o transtorno - aqueles que provocam vômitos apresentam dores ao engolir, dores de estômago, feridas na garganta e nos dedos, cáries; o uso crônico de laxantes provoca diarréia no início, mas prisão de ventre posteriormente. Tanto vômitos quanto diarréia podem levar a perda de eletrólitos importantes ao organismo e desidratação, provocando cãimbras, formigamentos, fraqueza muscular. Esses pacientes têm idas recorrentes e demoradas ao banheiro.
Em geral, o paciente tem muita vergonha da situação, e não admite o transtorno. É essencial, também nesse caso, o acompanhamento psicológico e o apoio dos familiares e amigos.

Compulsão alimentar
Os pacientes com esse transtorno, em geral, são obesos e têm histórias de fracassos repetidos em tratamentos para perda de peso.
O transtorno caracteriza-se por episódios frequentes de grande consumo de alimentos calóricos e de baixo valor nutritivo, num curto espaço de tempo (binge eating - "orgia alimentar"). Por exemplo, o paciente come em um tempo menor que duas horas um pacote de bolachas, um pote de sorvete, um sanduíche, uma garrafa de refrigerante e uma caixa de bombons. A maioria dessas pessoas tem vergonha e sentimento de culpa, e come escondida, mas não recorre a métodos compensatórios para evitar o ganho de peso.
Esse distúrbio também necessita de tratamento psicológico e aceitação do paciente em relação ao problema e a necessidade de tratamento.

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